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10 de Junho em Washington

Discurso do Presidente da Associação de Amizade Portugal – EUA, António Neto da Silva
Georgetown University
10 de Junho de 2008

Quero, em primeiro lugar, agradecer-vos por estarem aqui. Temos objectivos e ideais que procuram garantir que o mundo livre possa continuar a sê-lo. Objectivos e ideais, também imprescindíveis para que o mundo que ainda não é livre possa vir a sê-lo.

O objectivo desta Associação não está restrito a uma disciplina. Ele percorre todos os campos, vertical e horizontalmente. Continuaremos a defender os valores da Liberdade, da Tolerância e da Solidariedade, valores esses que marcaram, ininterruptamente, a Historia dos EUA. E que hoje continuam, de forma mais universal, a ser os valores que, intransigentemente, os EUA defendem, com um enorme esforço de meios e com o sangue dos seus filhos.

Valores que Portugal, País antigo, pioneiro da primeira grande globalização, muito pode ajudar a difundir, por serem os Portugueses intérpretes natos de culturas e de povos. O papel e a aceitação de Portugal no mundo, numa experiência superior a cinco séculos, constitui uma mais-valia pouco aproveitada e que pode ser decisiva.

Felizmente para o Mundo, os EUA são a única potencia verdadeiramente mundial, terminadas que foram as ilusões do colectivismo no Planeta. E essa liderança assenta nos valores que também nós defendemos, valores que procuram o progresso através da livre iniciativa de todos os cidadãos. Queremos que os princípios que temos vindo a enunciar constituam um tronco comum na história de Portugal e dos EUA, uma História que pretendemos viver em comunhão de valores e de esforços. Estimularemos, por isso, o desenvolvimento dos laços culturais, políticos, económicos e sociais entre os nossos dois Países. No domínio dos laços políticos queremos incentivar o intercâmbio de experiências entre os Parlamentares Portugueses e os Congressistas Americanos, a nível Federal e Estadual, com o acento tónico posto nos Congressistas em cujas veias corra sangue Português. Procuraremos, denodadamente, estreitar os laços e os esforços de cooperação, com todas as Instituições que têm por objectivo o estreitamento das relações com os EUA, para melhor atingirmos os fins comuns. Seremos vector de difusão cultural de Portugal nos EUA e dos EUA em Portugal. Estaremos ao dispor dos Governos Português e Americano, para implementarmos as acções necessárias em Portugal, nos EUA ou, no interesse da liberdade, em qualquer parte do mundo, sempre que os Governos entendam que a Associação seja a entidade mais adequada e eficaz para desenvolver a acção necessária.

Face ao peso irrisório do comércio, dos fluxos turísticos e dos fluxos de Investimento Directo Americano em Portugal, tudo faremos para estimular o desenvolvimento de negócios entre os nossos dois Países. Em particular, apostaremos no reforço dos contactos dos agentes, sobretudo económicos, Portugueses, com as Comunidades Lusas nos EUA, conjugando esta acção com os eleitos estaduais e federais de origem Portuguesa.

Como grandes vectores de trabalho comum entre Portugal e os EUA, entendemos que deve ser considerada como grande prioridade mundial a Defesa do Planeta, procurando salvar o Homem de si próprio, antes que o Planeta se salve, ele, do Homem. Nesse sentido defendemos, a nível mundial e nacional, políticas transversais de Desenvolvimento Sustentável a todos os Ministérios e áreas da Sociedade, que assegurem que o crescimento económico e demográfico se faça no respeito pela capacidade de renovação dos recursos, mormente dos que suportam a vida (água, ar, radiações solares). Um tal desenvolvimento permitirá garantir a satisfação das necessidades das gerações vivas sem pôr em causa a possibilidade de as gerações vindouras poderem satisfazer, num planeta saudável, as suas próprias necessidades, com qualidade de vida.

A segunda prioridade e não menos importante é a DEFESA INTRANSIGENTE DA NOSSA CIVILIZAÇÃO. Portugal e os EUA devem trabalhar juntos para:

  • Que seja o tipo de civilização pretendido a formatar a construção e a orientação das política. Portanto, trabalhando com a consciência de que cada opção de fundo que tomemos acarreta consequências práticas que temos que enunciar e defender.
  • Orientar a Sociedade em direcção a determinados valores, instituições, práticas, regras de convivência, portanto, para uma forma de viver colectiva, que está para além das simples metas quantitativas de qualquer governo.
  • A defesa da laicidade do Estado e da igualdade jurídica dos sexos, o que implica cercear os fluxos migratórios constituídos por pessoas que não aceitem nem uma coisa nem outra.
  • Defender, sem transigir, a democracia representativa, o que implica que os parlamentos devem controlar e fiscalizar os governos, e não o contrário, e que devem estar em funcionamento limites e freios eficazes ao exercício arbitrário e arrogante do poder.
  • O ideal de solidariedade e a manutenção de um sistema de segurança social, o que implica neutralizar os enormes danos económicos resultantes da concorrência desleal de países onde as empresas não têm de contribuir para esquemas de protecção aos doentes, aos desempregados ou aos idosos e, em certos casos, onde quase nem pagam impostos.
  • Garantir elevados padrões de educação e civismo, o que se traduz na obrigatoriedade de preservar a real observância das leis, o cumprimento escrupuloso dos contratos, o respeito dos direitos alheios, a urbanidade e o acatamento das regras de coabitação.
  • A garantia e a promoção da ética empresarial e dos negócios, o que implica moralizar o capitalismo financeiro, regular de forma justa e sensata as relações laborais e proteger os consumidores contra abusos e publicidade enganosa.
  • Garantir a segurança das pessoas e dos bens, o que implica reformar um sistema de justiça que, pelo menos em Portugal, actualmente protege mais os delinquentes do que as vítimas e que deixa aqueles proliferar.
  • Garantir a possibilidade generalizada de acesso a um elevado nível de formação profissional, de molde a proporcionar algo próximo da igualdade teórica de oportunidades, o que implica a aquisição real de conhecimentos e de competências úteis e virados para o futuro, nos estabelecimentos de ensino.
  • Garantir o empreendedorismo e a livre iniciativa, o que implica moderar os ímpetos à sua maior inimiga, a voracidade fiscal dos Governos.

É esta a Civilização que queremos em Portugal. É esta a Civilização que os EUA sempre têm defendido. A defesa da nossa Civilização tem implicações muito concretas no rigor e no pulso com que os nossos Países devem actuar, quer no seu interior, quer nas Instituições Internacionais, no sentido de a garantirmos.

Esta equipa estará sempre à vossa disposição e carente do vosso contributo de acção e de ideias. Pelo reforço dos laços que unem Portugal aos EUA. Pela Liberdade, pela Tolerância, pela Solidariedade e por um Desenvolvimento Sustentável que preserve o Planeta para as gerações futuras.

António Neto da Silva

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