28 de Janeiro de 2008
As primárias nos EUA
Independentemente do desfecho das primárias
dos partidos Democrata e Republicano, as eleições presidenciais
de Novembro iniciam um novo ciclo político. Face ao descontentamento
generalizado relativamente ao rumo do país, mesmo uma vitória
republicana (ainda possível se John McCain conquistar a nomeação)
irá trazer mudanças significativas na política
interna. Todavia, a continuidade marcará a política
externa. Democrata ou republicano, o próximo presidente seguirá as
linhas mestras de política exterior traçadas por George
Bush.
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Apesar de parecer ilógica, esta conclusão torna-se incontroversa quando se considera que a continuidade entre Bill Clinton e George Bush sempre se sobrepôs à descontinuidade. Convém recordar que a “força unilateral”, que tanta polémica gerou aquando da intervenção no Iraque, foi utilizada por Clinton no Kosovo. Foi Clinton que tomou a decisão de remover Saddam Hussein do poder. A promoção da democracia, frequentemente caracterizada como uma obsessão neoconservadora, foi a pedra basilar da Doutrina Clinton. Recorde-se que George Bush herdou o combate à proliferação nuclear, e as dificuldades na Coreia do Norte e no Irão. Mais importante, herdou o terrorismo de Osama bin Laden. E se se pensa que a rejeição de Quito se deve ao seu “unilateralismo”, recorde-se que o Senado rejeitou o tratado meses antes de Bush chegar à Casa Branca.
É certo que Bush adoptou um estilo musculado, e nem sempre se pautou pela subtileza do discurso. Mas, no que é essencial, no que diz respeito às orientações chave da política exterior, Bush deu continuidade a Clinton. Dir-se-á que, na sequência dos ataques de 11 de Setembro, Al Gore teria agido de forma praticamente idêntica.
Há, no entanto, um dado que espanta: Bush não resolveu os problemas que herdou. A Coreia do Norte adquiriu armas nucleares, e a nuclearização do Irão parece inevitável. Os Taliban regressam ao Afeganistão, e os jihadistas ameaçam a estabilidade do Paquistão. A China aumentou o seu poderio regional. O impasse continua a definir a questão israelo-palestiniana. A Rússia está mais assertiva. A dependência energética dos EUA aumentou. Quanto ao Iraque, Hillary Clinton e Barak Obama não terão condições para concretizar uma retirada rápida dentro de um a dois anos, a menos que queiram provocar uma catástrofe regional.
Democrata ou republicano, o novo presidente poderá esvaziar alguma hostilidade internacional. Tal como Ronald Reagan, George Bush foi objecto de animosidade irracional. Simplesmente porque não será George Bush, o próximo presidente beneficiará de alguma boa vontade internacional. Sendo assim, Barak Obama será a “melhor face” que o país pode apresentar ao mundo. Eleito presidente, Obama também demonstraria que a política externa de Bush (e de Clinton) é a política externa possível.
por: Prof. Dr. Vasco Rato
Almoço/Conferência:
As primárias das eleições
presidenciaisnos EUA
Contagem final
Dia
6 de Fevereiro | Clube dos Empresários
Intervenções de:
- PROF. DR. VASCO RATO
- DR. MIGUEL MONJARDINO
- DR. MARTIN CABRAL
- DR. CARLOS MAGNO
A Associação de Amizade Portugal
- Estados Unidos da América realiza no próximo dia
6 de Fevereiro, no Clube dos Empresários em Lisboa, um Almoço/Conferência
subordinado ao tema: As Primárias Das Eleições
Presidenciais Nos Eua – Contagem
Final.
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